domingo, 24 de maio de 2015

Fim De Semana Apimentado - Resenha: Hot Couture Eau De Parfum, Givenchy


Provocante, elegante, avassalador. Esses são alguns dos adjetivos que posso usar pra descrever a fragrância de Hot Couture EDP, lançamento do ano 2000 pela grife Givenchy.

Comprei esse perfume logo no início da coleção e poderia ter sido um tiro no escuro fora do alvo, mas foi amor à primeira cheirada. Desde o frasco até a fragrância, tudo gira em torno de elegância e ousadia.

Ao borrifar Hot Couture EDP na pele, sinto cascas amargas de limão ao fundo e uma lufada generosa de pimenta do reino moída na hora. A sensação que tenho é a mesma de quando acabamos de moer pimenta e aquele pó que fica no ar entra nas narinas e nos faz espirrar. Essa abertura é rápida, logo o amargo desaparece e a pimenta assenta na pele.

O coração da fragrância traz framboesas em calda açucarada, que poderiam ser monótonas e infantis caso não fossem rodeadas da mesma pimenta que senti na abertura, agora mais refinada, trazendo elegância. Ao fundo, vetiver com seu toque terroso e esfumaçado confere a pitada final de mistério e sensualidade.

Após dez horas de projeção intensa, Hot Couture EDP entra em sua fase final, agora rente à pele, onde sinto aconchegante baunilha ambarada com um sútil traço remanescente de pimenta. Seu adeus dura mais duas horas e encerra de forma deliciosa uma fragrância grandiosa.

Enquantode Lolita Lempicka (resenha de ontem, clicando aqui) traz um misto de delicadeza e sensualidade, Hot Couture EDP se mostra uma fragrância misteriosa, sofisticada e que chama a atenção por onde passa.


sábado, 23 de maio de 2015

Fim De Semana Apimentado - Resenha: Si Eau De Parfum, Lolita Lempicka


Quando estava começando a conhecer fragrâncias importadas, comprei um kit de miniaturas da marca Lolita Lempicka e quando senti Si, foi avassalador. Ele ganhou meu coração, foi um dos meus primeiros amores perfumísticos.

Lançado em 2009, é imerso em um conto de fadas, como todos da marca. Essa característica é notada logo no frasco em forma de trevo, trazendo sorte, com folhas de coração em alusão ao amor e com seu lencinho estampado que mostra delicadeza e ao meu ver, personalidade.


Si está longe de ser inofensivo, como poderia sugerir sua estética. Trata-se de um duo de facetas que toda mulher (ou homem, por que não?!) tem dentro de si: a sutileza e a sensualidade.

A abertura chega exatamente numa mistura dessa ideia quando explode em notas cítricas e apimentadas que criam um ar sensual, mas descontraído ao mesmo tempo, um jogo de sedução, paquera.

Após cerca de uma hora já não sinto mais cítricos e a pimenta agora parece mais sútil. Junto à pimenta, sinto um peso adocicado da flor de ervilha e um fundo meio "poeirento" que acredito ser oriundo de alguma ou algumas das outras flores listadas entre as suas notas. 

Considero esse coração a faceta delicada, encantadora, moleca. Como se após a paquera, começasse o namoro, onde mostramos nosso lado cativante, que atrai, mas ainda guarda mistérios que instigam.

Nove horas depois, quando o longo "namoro" está em seu ápice, Si mostra uma nova faceta: a sensualidade. Pimenta aqui continua evidente, agora imersa em cremosa fava tonka, âmbar acalentador e um patchuli sexy. São três horas de uma mistura quase sensorial, que me dá vontade de morder, agarrar, talvez algo afrodisíaco (já me falaram o mesmo dessa fase do perfume quando eu o usava).

Acredito que perfumes ajudem a compor seu estilo e sejam parte daquilo que você é. No caso de Si, acredito que seja para quem é ousado o bastante para ostentar sua essência picante e ao mesmo tempo sútil para manter o mistério até o momento certo.




domingo, 17 de maio de 2015

Especial Aquolina - Resenha: Gold Sugar


Encerrando o especial açucarado Aquolina aqui no blog, trago hoje a resenha da minha mais recente aquisição da marca: Gold Sugar.

Lançado em 2013, é o mais cremoso e também mais versátil dentre os que possuo e resenhei nesse especial. Tenho usado muito nesses dias de outono, onde o clima ainda não sabe se permanece quente ou esfria.

Ao borrifá-lo na pele, sinto uma mistura cítrico-amarga do néroli com laranja e tangerina, assim como o gustativo creme brulê dando as caras de leve ao fundo. 

Essa abertura dura cerca de dez minutos e logo os papéis se invertem: o amargo do néroli some, os cítricos se acalmam e o creme brulê reina quase absoluto. Côco aqui aparece de forma cremosa e discreta.

Após longas dez horas de projeção nos moldes de Pink Sugar, criando uma aura doce e perfumada ao redor, ele fica rente à pele, mas não perde em doçura e aconchego. Sinto nessa etapa da evolução chantilly açucarado e uma baunilha aconchegante em perfeita harmonia, dando água na boca e permanecendo na pele por cerca de três horas mais.

Em minha humilde opinião, Gold Sugar é, dentre os três perfumes da Aquolina que possuo, o mais gustativo e fiel ao reproduzir as notas de comida, proposta da marca em seus perfumes.

Encerro esse especial agradecendo às visitas e recomendando demais a marca! São perfumes de qualidade, com preço acessível e que valem a pena conhecer.

Seguem os links para as outras resenhas do especial:


sábado, 16 de maio de 2015

Especial Aquolina - Resenha: Blue Sugar


Continuando o fim de semana açucarado aqui no blog com o especial da marca Aquolina, trago hoje a resenha do perfume para meninos que gostam de perfumes doces ou meninas que não ligam para rótulos e curtem um perfume com pegada unissex: Blue Sugar.

Lançado em 2006, considero esse perfume um ótimo exemplo de como levar a classificação masculina e ter um frasco menos decorado podem mudar a percepção sobre uma fragrância. Ele é doce, tranquilamente unissex e traz diversas notas tradicionalmente encontradas em perfumes femininos, mas deixa vários marmanjos apaixonados.

Isso não é uma crítica ao perfume ou ao gosto pessoal, mas uma dica pra aqueles que ligam pros rótulos e deveriam é curtir a fragrância que gostam.

Voltando ao Blue Sugar, assim que borrifado na pele, parece que todas as notas vieram juntas dar um "oi" e isso é uma cacofonia bombástica de sensações e assusta. Não assusta por ser ruim, mas pelo fato de ser sufocante a quem não tolera doces. Essa abertura dura em torno de quinze minutos e as notas começam a voltar aos seus lugares.

Considero que a primeira face real dele começa agora e tenho aqui a identidade olfativa de Blue Sugar. Logo após aquela abertura bombástica, sinto algodão-doce diferenciado, quase passando do ponto e começando a ficar queimadinho, quase uma calda de pudim. Juntamente, sinto uma mistura de aniz e alcaçuz que me remete diretamente ao toque  misterioso/adocicado de "Le Premier Parfum" e "Au Masculin" da marca Lolita Lempicka, mas aqui apenas como coadjuvantes. Ao fundo, patchuli terroso à la Thierry Mugler e seus perfumes estelares, porém de forma contida.

Após doze horas de intensa projeção e elogios constantes, Blue Sugar finalmente fica rente à pele, agora restando apenas tímidas e aconchegantes notas de fava tonka e uma não listada, mas presente, baunilha. Essas últimas notas me remetem ao Pink Sugar e provavelmente são uma forma de ligação entre as duas fragrâncias. Ele ainda persiste por mais duas horas e depois se esvai por completo.

Embora tenha sido descontinuado, ainda é encontrado com certa facilidade em lojas internacionais ou com vendedores que trazem do exterior e considero que valha a pena ser conhecido, pois tem muita qualidade e uma fragrância encantadora.


Para quem ainda não leu, deixo aqui o link da resenha de ontem:

Especial Aquolina - Pink Sugar

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Especial Aquolina - Resenha: Pink Sugar


Lançado em 2004, Pink Sugar, da marca italiana Aquolina, tornou-se sucesso instantâneo dentre os amantes de perfumes gourmand. 

Embora já fosse bem conhecido no Brasil, era encontrado apenas em lojas estrangeiras e, consequentemente, precisava ser importado. Isso mudou no ano passado, quando finalmente desembarcaram nas lojas brasileiras alguns dos perfumes da marca, dentre eles o resenhado de hoje.

Assim que borrifo Pink Sugar na pele, sinto muita framboesa, mas em calda, densa e extremamente doce, que poderia se tornar insuportável caso não fosse quebrada por uma verde e "amarga" mistura de folha de figo e cascas de limão. Essas duas notas quebram um pouco do açúcar e deixam a abertura equilibrada, embora ainda seja potente.

Após cerca de meia hora, a framboesa em calda se torna mais sutil e entram em cena a ainda mais gustativa (e realista) nota de algodão doce, quente, aconchegante. Juntamente, sinto alcaçuz também adocicado, resultando no famoso "cheirinho de boneca", que hora fica mais "plástico" e em outros momentos uma calda de açúcar quase queimando. 

Nesse momento, a projeção de Pink Sugar está em seu melhor ponto, num equilíbrio entre se fazer presente e não aparecer demais. Diferente de diversos perfumes gourmand que pecam pela projeção exagerada, sinto que ele forma uma espécie de aura perfumada, quase como se esse fosse o cheiro natural da minha pele. Essa característica o torna aconchegante, confortável, sem aparecer mais que o necessário.

Após cerca de dez horas, o perfume se torna mais rente à pele e mais cremoso, com predomínio de caramelo em mistura com baunilha. Já não sinto mais aqui a framboesa e do coração de algodão doce/alcaçuz resta apenas uma leve lembrança. Essas últimas notas que Pink Sugar revela duram por mais duas horas ainda na pele e por várias outras na roupa.

Quando ouvia a reputação de "perfume mais doce do mundo" dada à essa fragrância, imaginava algo enjoativo e invasivo, mas me surpreendi ao descobrir que ela pode sim ser doce pra formiga nenhuma criticar e ainda assim ter equilíbrio e conforto.

Com duração total de doze horas na pele e algumas mais na roupa, é uma opção barata, com qualidade e desempenho inquestionáveis, para quem ama perfumes doces e procura sua próxima paixão invernal.