quinta-feira, 30 de abril de 2015

Resenha: O Lado Doce Do Laranja - Quem Disse Berenice?


Comprei O Lado Doce Do Laranja pela palavra "doce" em seu nome legal e pelas notas, que pareciam tudo que eu amo... Foi uma surpresa, ele é muito mais do que eu esperava!

Lançado em 2012, juntamente com a marca Quem Disse Berenice?, esse perfume trouxe, assim como outros da marca que eu possuo, uma qualidade ótima por um preço legal, mostrando que o mercado nacional pode crescer sempre em concorrência, mas sem perder nos produtos.

Sua embalagem segue o padrão mais simples da marca, adorável, assim como os nomes criativos com os quais eles batizam suas fragrâncias. Possui uma grande tampa em formato de coração e isso significa que ocupa certo espaço no armário, mas nada que incomode tanto.


Ao borrifá-lo em minha pele, sinto logo uma açucarada calda de abacaxi, tão "natural" que me dá água na boca todas as vezes. Embora seja muito doce, essa abertura conta também com algo mais cítrico, talvez um toque de laranja ou fruta do gênero (não listada oficialmente pela marca) que quebra o que poderia ser excessivo e enjoativo, tornando aconchegante e adorável.

Com pouca evolução no que diz respeito ao destaque de novas notas, essa abertura se mantém exalando bem por cerca de quatro horas, sendo elogiada e marcando presença. Após esse tempo, baunilha e fava tonka entram em cena trazendo cremosidade. O toque cítrico desaparece e a calda de abacaxi perde potência. Embora a projeção caia, essa "calda cremosa" ainda é notada ao me mexer ou quando bate um vento durante mais três horas.

Por fim, quando já está rente à pele, sinto apenas um traço aconchegante de baunilha que se despede após cerca de uma hora, mantendo a fragrância doce desde a abertura, até o fim. Realmente a marca conseguiu mostrar o lado doce (e que doce!) do seu laranja de uma forma deliciosa.

Com duração total de oito horas em minha pele, esse perfume é ideal para quem procura e admira perfumes doces, aconchegantes, que dão água na boca. 

Vejo algumas comparações com Viva La Juicy da marca Juicy Couture e posso dizer que, na minha opinião, eles trazem certa semelhança. Entretanto, este nacional não deve nada para o importado e diria que ele é até melhor, tanto por parecer menos sintético, quanto por sua duração e projeção melhores. 






domingo, 26 de abril de 2015

Resenha: Boss Orange Eau de Parfum, Hugo Boss


Não sei na região em que você mora, mas por aqui o outono é marcado por manhãs e noites mais frias, intercalados por tardes que podem variar entre amenas e por vezes mais quentes. Essa característica climática traz dois incômodos: o primeiro diz respeito a sair de casa todo agasalhado, ficar carregando o casaco ao longo do dia, pois está mais quente e depois vestí-lo novamente pois volta a esfriar; o segundo é na hora de escolher um perfume, uma vez que ao usar um perfume mais doce ou forte pela manhã, quando o dia esquenta ele pode ser demais. A solução para isso? Um perfume que seja aconchegante e versátil ao mesmo tempo.

Boss Orange EDP reúne exatamente essas duas características! Eu já o paquerava desde o começo da minha coleção, mas esperei uma promoção por um preço aceitável e então, agora que algumas perfumarias baixaram seu preço, resolvi comprar e foi uma encantadora surpresa.

Sua embalagem é um mimo a parte, de muito bom gosto e sofisticação. Ela capta bem o espírito contemporâneo da fragrância e traz o tradicional requinte da grife Hugo Boss.


Em minha pele, a fragrância abre com uma mistura de maçã verde com sua peculiar acidez e laranja doce e madura (pasmem, mas essa última nota não está listada oficialmente, embora seja muito perceptível). Essa abertura cítrica/ácida/doce persiste na pele por cerca de uma hora, exalando bastante.

Embora seu coração seja listado como floral, não sinto flores quando a abertura se esvai um pouco, mas à ela se misturam baunilha e um delicioso creme brulê. Essa é a melhor parte de Boss Orange EDP, quando ele se torna um perfume doce e cítrico ao mesmo tempo, de uma forma aconchegante e quase gustativa. Por mais cinco horas esse aspecto reina e aos poucos a projeção cai para mediana e mais rente à pele.

Por fim, suas duas últimas horas são bem mais suaves, mas não menos agradáveis. Nessa etapa, fica na pele a mistura de creme brulê com baunilha e um fundo amadeirado levíssimo, com a sempre presente laranja pela primeira vez sendo coadjuvante.

Eu diria que Boss Orange EDP é um perfume outonal para lembrarmos do verão, sem perder o conforto do clima mais ameno ou, no meu caso, um perfume versátil para dias de outono em que a temperatura oscila muito. Versatilidade, conforto e sofisticação são as palavras certas para descrevê-lo.



quinta-feira, 23 de abril de 2015

Especial Guerlain - Resenhas: La Petite Robe Noire Eau de Toilette & La Petite Robe Noire Eau Fraiche


Após um bom tempo desde a última resenha, venho aqui para encerrar meu especial dedicado à casa Guerlain. A demora aconteceu pela correria diária e também pela espera da chegada de um dos resenhados de hoje. Minha escolha para o encerramento foi falar sobre dois perfumes da marca, vendidos no Brasil por um bom preço e que são alvos de dúvidas constantes nos grupos em que frequento no Facebook.


Lançado em 2012, La Petite Robe Noire Eau de Toilette veio como uma versão mais fresca do versátil vestidinho preto Guerlain. O DNA da fragrância que lhe deu origem é notado logo no primeiro segundo em que o borrifamos na pele, mas ao mesmo tempo ele mostra que não é apenas uma versão aguada.

As primeiras notas em evidência são o jasmim cercado por um campo gramado e verde, com a já tradicional cereja em caldas da linha surgindo aos poucos. Após alguns minutos, a cereja permanece bem evidente, mas agora ela é acompanhada por uma maçã verde levemente ácida e o toque verde/cítrico da flor de laranjeira. A rosa, que está listada nas notas de abertura da fragrância, eu sinto bem sutilmente apenas agora, mas bem menos perceptível que na versão EDP.

As notas de coração duram excelentes seis horas em que exalam bastante, recebendo inúmeros elogios. Entra então em destaque, agora mais rente à pele, seu fundo composto do terroso patchuli, adocicado por resquícios da cereja contrastando com um almíscar de aspecto limpo, confortável. Esse fundo ainda persiste por cerca de duas horas em minha pele, antes da fragrância se esvair de vez.

Sem dúvidas La Petite Robe Noire EDT é um grande benefício por um excelente custo, tanto para os amantes da versão EDP, quanto para aqueles que querem um bom perfume por um preço acessível.


Na minha visão, os diversos flankers que as grifes lançam para fragrâncias de sucesso são formas de fazer com que os apaixonados por elas queiram possuir a nova versão e, principalmente, atrair consumidores que por algum motivo não gostaram da versão tradicional. Esse segundo aspecto parece ser o principal por trás da criação de La Petite Robe Noire Eau Fraiche.

Ao ser borrifado na pele, sinto uma mistura de diversos cítricos (tangerina, limão siciliano e bergamota, para ser mais exato) e o toque cítrico/verde da flor de laranjeira com aquele fundo "limpo" trazido pelo almíscar. Essa abertura dura por cerca de uma hora em minha pele e mesmo após outras notas surgirem e se destacarem, ainda é percebida.

Uma das notas que surge junto ao coração da fragrância é a tradicional cereja em caldas (não listada oficialmente) percebida em toda a linha, sendo talvez a única lembrança realmente perceptível da mesma nessa versão. Essa cereja é bem sutil e encontra-se graciosamente misturada à amêndoas verdes.

Ao final de sua evolução sinto uma mistura diferenciada e agradável quando os cítricos/verdes da abertura, cereja e amêndoas verdes se vão e entram o pistache bem leve com amêndoas, agora mais doces, em junção com fava tonka, dando uma nuance mais gourmand e aquecido.

Com uma fixação de seis horas e projeção baixa em minha pele, La Petite Robe Noire Eau Fraiche faz jus à sua proposta, bem leve e sutil. Entretanto, acho que muito se perdeu da linha da qual leva o nome e, embora seja um perfume gracioso e que merece ser conhecido, poderia levar facilmente outro nome, para atrair ainda mais admiradores que preferem fugir dos pretinhos básicos Guerlain.