quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Amigos no meu Cantinho - Resenha: L'eau Par Kenzo Mirror Edition Pour Homme, Kenzo por Henrique Schiavon

Obrigado mais uma vez por estarem visitando meu blog! Nesta linda quarta-feira ensolarada, quero começar uma série semanal em que terei a participação de algum amigo querido fazendo uma resenha sobre algum de seus perfumes favoritos para enriquecer ainda mais meu Cantinho.

O meu primeiro convidado é o Henrique Schiavon, que ainda não tive a oportunidade de conhecer pessoalmente, mas é um amigo e conselheiro de fragrâncias excelente no Facebook. Espero que se deliciem, assim como eu, com essa linda resenha!




Um pensamento. Uma leve dúvida quanto ao que ele poderia ser. Um estilo de compra cega um tanto preocupada. Não queria nessa compra algo bombástico (mesmo gostando). A leveza era quista. Um L’eau portanto, era esperado.

Kenzo logo me veio à mente. Sua linha de “L’eau’s” (em comparação a outras marcas)é extensa. Já sabia que haviam lançado dois novos perfumes para a primavera deste ano. Por buscas. Pesquisando mais a fundo, por conseguinte, me deparei com o L`Eau par Kenzo Mirror Edition Pour Homme e claramente o achei interessante. O primeiro a ser visto. Um mix diferenciado, intrigante (ao menos para mim). Resolvi então refletir.

A reflexão advinha da ainda leve e única dúvida (anteriormente citada) sendo a quase o zimbro com o manjericão e a sálvia, todos macerados pela vodka pudessem me causar desconforto: serem excessivos a ponto de me “sufocar” ou brandos demais a ponto de me “neutralizar”. A decisão de arriscar foi existente e assim aplicada.

Fiz o pedido. Epassados então os dias da compra, finalmente o recebi, e pudeenfim abrir a caixa e me deparar com ele, todo refletor! Como seu próprio nome diz, uma espécie de espelho já se apresenta protegendo o perfume. Sua caixa prateada, levemente esfumaçada por um tom azul fresco marcado, reflete sua imagem, em qualquer ângulo que a pegue. “Macromalista”!

No seguir da visão externa, pude prontamente abrir a caixa e de cara sentir um frescor intenso. As notas mais voláteis finalmente começavam a aparecer. Uma brisa quase ritmada. Brisa essa concebida pela vodka, resfriada por grossos cubos de gelo e ainda flavorizada fielmente com finas raízes de vetiver, somadas à rasgadas folhas de manjericão e sálvia que incorporavam a todo instante seus óleos essenciais à solução. Na primeira borrifada esse fresco multifacetado me cercou! Nada alcoólico, porém fresco.

Em termos mais específicos, a vodka flavorizada acaba saindo do frasco que previamente havia sido mergulhado em puro suco de toranja da forma mais refrescante possível uma vez que alguns cubos de gelo a mais acabaram caindo na solução, e que agora está dentro do frasco que é cercado de uma maneira não uniforme, por delineadas ondas de vidro azul claro, segurando o líquido que por si só mergulha livre no frasco, sendo este, possuidor em sua “parede” anterior, deuma plana fita prata onde é escrito de maneira translúcida o nome da fragrância. É quase um mini oceano lapidado e cercado de ervas finas em sua mão. 


Passados 20 minutos, o vetiver, agora levemente cercado por gotículas de suco de toranja (parte foi evaporada) fica predominante e após mais 15 minutos a sálvia em junção com o zimbro começam a também aparecer e avançarem juntos, fazendo com que a vodka vá desaparecendo aos poucos para que as ervas possam aparecer ainda mais em conjunto com o gelo que agora vem se transformado em pura água gelada e caminhando desta forma mistos e variando suas concentrações até o fim do aroma.

Talvez seja uma busca pelo frescor primordial em um mundo atemporal. Talvez seja até exagero meu bem como algo comum mas para mim  algo primo. Um perfume dinâmico, não linear e fresco! Preço satisfatório e resultado perfeito! A mistura é feita de maneira singular. Existe uma mutuabilidade entre as notas. Uma espécie de liberdade ganha a cada borrifada. Sua fixação mediana gira em torno de 6 horas ficando bem rente à pele e sua projeção média para baixa gira em torno de 1 hora e meia sendo esta disponível para todas as notas. Como pensado (e quisto), a leveza de fato, apareceu.

Observações à parte notadas por mim é que ao molhar a mão com água corrente, após ter aplicado o perfume, a toranja e o vetiver somem, literalmente,e dão lugar ao manjericão e a sálvia que se sobrepõe de forma única, explicando assim qualquer variação que possa ocorrer no uso do perfume (pode vir a ser uma questão de peso molecular). E o musk, vindo como nota base e nem citado ao menos até agora, para mim é indetectável.

Sem dúvidas, para mim, esse é um perfume certeiro e creio que seja aquele curinga necessário para se ter no guarda-roupa desde que claro, exista algum apreço pelas notas ou mesmo por sensações frescas, leves mas bem delineadas. Frasco singular, fragrância intrigante e ideal perfeito. Conseguiu me surpreender verdadeiramente! A minha melhor definição é impressionado!

Notas finais:

Fragrância:10/10;

Projeção: 6/10;

Fixação: 7/10.


Gostaria de agradecer imensamente ao meu amigo Henrique por ter topado participar e dividir um pouco da sua paixão pela fragrância comigo e todos que leram a resenha! Volte sempre.




segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Resenha - Féerie Eau de Toilette, Van Cleef & Arpels



Ao primeiro olhar, Féerie nos parece uma joia lapidada de forma perfeita. O primor começa já na caixa, adornada com glitter e lindas fadinhas. Dentro dela, o frasco é sem dúvidas impecável, com sua pedra azul e tampa em formato de flor com uma fada de metal graciosamente sentada, contemplando seu novo admirador.

Devaneios a parte, os frascos são um trunfo da casa, sempre belos e confeccionados com materiais de ótima qualidade, que fizeram metade do serviço em encantar o que aqui vos escreve (tenho Oriens e uma versão de bolsa do Féerie EDP).

Naturalmente, influenciadas pelo nome ou pelo frasco, as pessoas tendem a dizer que ele tem o abstrato "cheiro de fada". Digo abstrato, pois acho que ninguém ainda conseguiu conhecer uma fada e a fragrância exalada por ela.

Entretanto, se eu embarcasse nessa ideia, diria que Féerie EDT tem o "cheiro" de um néctar das fadas, uma vez que seu lado frutal ressalta em meio às demais notas, quase como em um pomar onde sentimos algumas delas ao mesmo tempo.



 A fragrância abre carregada de um cítrico doce (alô pomar das fadas!) com um fundo verde, como uma folha esmagada recentemente. Não é uma abertura forte, mas aguça o olfato para algo agradável.

Esse fundo verde (que creio ser a folha da violeta) se vai e os cítricos agora se misturam à flor da violeta, que nesse perfume não traz seu tradicional toque atalcado, mas uma aura delicada e refinada, que tira Fèerie EDT da tênue linha do comum.

Aos poucos, sutilmente, um leve amadeirado se encontra a essas notas, trazendo um "peso" à fragrância que, até então, baseava-se em delicadeza quase efêmera. A intenção, ao meu ver, não foi transformar o que é sentido até aqui, mas dar o toque de "mistério" final.

Com projeção mediana e fixação de oito horas, Féerie EDT foi uma fragrância comprada no escuro, sem que eu soubesse exatamente de que se tratava e que me satisfez, mesmo não sendo uma revolução na perfumaria ou um perfume extremamente marcante, mas com sua aura leve, alegre, delicada e com uma pitada de mistério... Talvez seja o tal "cheiro de fadas"!






quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Perfumes para o verão (e suas ocasiões)

Olá, que bom receber sua visita aqui no meu cantinho! 
Hoje resolvi mostrar alguns perfumes que costumo usar no verão. Tentei escolher alguns menos óbvios para variar um pouco do que geralmente encontramos em tops do verão e os separei por ocasião onde costumo usar. Espero que curtam!

Para o dia-a-dia:


  • Purr, Katy Perry: Embora sua embalagem, em tons de roxo, pareça evocar um perfume noturno, o líquido dentro deste lindo gatinho traz uma fragrância leve, confortável e excelente para os dias mais quentes. Sinto nele um fundo doce, provavelmente vindo da mistura de coco e baunilha, mas que é quebrada pelo frutal bem evidente do pêssego e um toque verde e diria até mesmo "limpo" que creio ser oriundo do bambú. Fixa por cerca de 6 horas e tem projeção mediana.
  • Humor 1, Natura: Típica mistura de flores e frutas em fragrância fresca, essa colônia da Natura me parece melhor trabalhada que a média, até mesmo na pirâmide olfativa. A junção "azedinha" da groselha preta com cítricos e pêra faz toda a diferença, tirando-a do óbvio, e tornando um perfume diferenciado dentro de uma categoria por vezes monótona. Após algumas poucas horas, sinto a evolução para toques mais florais que persistem até o final. Fixação de 6 horas e projeção mediana.
  • In 2 U For Her, Calvin Klein: A melhor definição para o perfume em questão seria: laranjada ambarada. Perfume quase linear na minha pele, In 2 U apresenta ao final da evolução toques verdes que me parecem vir do cacto e uma tímida e quase imperceptível baunilha que vem apenas se despedir. Fixa por 8 horas e projeta muito bem.
  • Amor Amor Summer, Cacharel: Segue a mesma vibe do anterior no quesito "laranjada", porém nessa versão fresca do clássico Cacharel, sinto um toque de abacaxi doce e efervescente ao mesmo tempo. Parece um refrigerante de laranja com bastante gás. Acho excelente para programas descontraídos. Fixa por 6 horas e tem projeção mediana.
  • Play For Her, Givenchy: Definitivamente, vim a descobrir sentindo-a em outros perfumes posteriormente, a grande e absoluta nota dominante nesta fragrância é a ervilha-de-cheiro. Ela acompanha o fundo apimentado da abertura, floral do coração e amadeirado do final de Play. Mas não torna o perfume monótono ou enjoativo, muito pelo contrário, dá a ele uma sensação de conforto, limpeza e uma personalidade única. Fixa por 8 horas e tem excelente projeção.

Para compromissos elegantes:




  • Le Parfum Eau de Toilette, Elie Saab: Está em meu top5 e é uma fragrância delicada, elegante e que se faz presente sem gritar por atenção. Essa junção de características faz dele, na minha opinião, um perfume certeiro para usar em noites mais quentes de eventos formais. Sua mistura de mel, flor de laranjeira e gardênia nos veste como uma aura perfumada de requinte. Fixa por 8 horas e tem projeção excelente. 
  • La Petite Robe Noire, Guerlain: Grata surpresa de meu último ano, não julgo esta versão do seu licoroso irmão como algo para o dia-a-dia. Considero-a uma fragrância elegante, de personalidade e requinte, ideal para momentos em que o rastro deve ser mais contido, mas nem por isso pouco marcante. A mistura de cereja com maçã verde traz um delicioso contraste doce/ácido que num fundo de patchuli, torna-se incrivelmente viciante. Fixa por 6 horas e tem fixação mediana.

Perfumes para balada:


  • Midnight Heat, Beyoncé: Mesmo que seja para ir à balada, em noites mais quentes não consigo usar perfumes muito bombásticos, então acho que este se encaixa bem ao que eu considero "agradável" nessa situação. Embora tenhamos aqui uma fragrância noturna, ela segue por um caminho mais exótico e tropical. O casamento de notas de carambola e um patchuli levemente terroso se juntam a um fundo levemente abaunilhado e formam uma fragrância diferenciada, marcante, mas não excessivamente doce ou pesada como as que tradicionalmente usamos nas baladas. Sempre recebo muitos elogios quando o uso, ao longo de suas 8 horas de fixação, com ótima projeção.
  • Angel Eau de Toilette, Thierry Mugler: Bem menos encorpado que seu irmão mais velho, este perfume segue no limite do que considero confortável e marcante ao mesmo tempo, no que diz respeito a noites quentes de balada. O DNA estelar ainda está ali com seu patchuli terroso, mas neste, a doçura do praline, o amargo do limão e o toque refrescante da pimenta fazem com que ele se acalme, mas não se apague. É como a embalagem sugere, um cometa luminoso, mas que mostra sua beleza rapidamente, sem incendiar o ambiente. Possui projeção excelente e fixação de cerca de 10 horas. 


domingo, 23 de novembro de 2014

Resenha - Insolence Eau de Toilette, Guerlain



Falar de perfumes que amamos é sempre uma tarefa difícil, uma vez que tendemos a vê-los com olhos (e narizes) apaixonados, mas tentarei falar de Insolence sem muito rodeio.

Conheci a fragrância a que dedico este post por meio da minha querida amiga Adriana Duarte, que diversas vezes me falava sobre a perfeição que se escondia no lindo frasco. Assim, aproveitei meu cupom de aniversário da Sephora ano passado e o comprei.

Começando pelo frasco, já vejo o conceito de "insolência" começando a se mostrar. Quem olha aquela flor delicada na tampa e o vidro em formato romântico, não imagina o quão travessa a fragrância que ele traz consigo pode ser.


Confesso que ele não foi amor à primeira cheirada, mas foi uma paquera, que se tornou namoro e desencadeou num casamento que pretendo manter para sempre.

Sua abertura é uma suculenta, forte e até exagerada calda de frutas vermelhas com um toque ácido de limão. Ela dura pouco, e logo que se acalma, chegam a violeta e as resinas, que fazem toda a diferença na construção da fragrância.

Posso dizer que Insolence passa de uma fase agressiva pra algo travesso em minutos. Mas não um travesso infantil e sim provocante. Essa sensação, na minha opinião, se deve a mistura de todas as notas que citei acima, que resulta numa fragrância que se assemelha ao cheiro de jujuba ou daqueles pirulitos grandes e coloridos, mas com um fundo levemente atalcado, quente.

Acho que a sacada da casa e dos perfumistas foi exatamente unir o lado travesso e o toque quente e sensual num mesmo perfume, sem parecer infantil ou vulgar, mas misterioso.

Ao final da evolução, que se estende por mais de doze horas na minha pele, o atalcado vai tomando conta e suavizando, delicadamente, inocentemente...

Com projeção exemplar e elogios certeiros, digo sem dúvidas que se trata de um perfume de qualidades ímpares, mas que não deve ser comprado no escuro e deve ser apreciado tendo em vista que se trata de um conceito e não apenas um conjunto de notas.

Iniciando o blog...

Oi gente, depois de muito escrever resenhas nos grupos do Faceboook, resolvi escrever um blog com as minhas impressões sobre meus perfumes.
Espero que gostem e participem a cada postagem, seja com críticas ou elogios!