sábado, 18 de julho de 2015

Especial Thierry Mugler - Resenhas: Angel Aqua Chic e Angel Eau Sucrée


Dando continuidade ao especial dedicado à casa Thierry Mugler, trago hoje uma resenha dupla de perfumes em edição limitada, para ocasiões distintas e que compartilham uma característica: são os mais distantes da fragrância tradicional.


Embora a versão Taste of Fragrance (resenha aqui) tenha chegado ao mercado com a proposta de mostrar aos amantes de Angel uma faceta ainda mais gourmand, é a versão Eau Sucrée que traz, na minha opinião, uma identidade verdadeiramente gustativa.

Lançado em 2014, causou uma onda de compras quando chegou em solo brasileiro, esgotando os estoques das lojas que o disponibilizaram rapidamente. Com seu frasco, que segue o modelo do tradicional, em tons de azul mais claro e coberto de pedrinhas que lembram açúcar, não poderíamos esperar algo menos que doçura e mais doçura. Uma água açucarada, como o próprio nome diz.

Ao borrifá-lo em minha pele, sinto logo uma calda açucarada de cerejas, essa abertura poderia ser bem sintética, como sinto em outras fragrâncias, mas aqui ela é deliciosamente realista e dá água na boca. Essa abertura dura meia hora e se torna cada vez mais sutil, como uma leve lembrança ao longo da evolução.

Logo após essa calda sair de evidência, surge dominando tudo a nota que mais se pronuncia durante toda a evolução de Angel Eau Sucrée: o merengue. Aqui essa nota me lembra suspiro caseiro, o que me remete à infância, quando minha tia fazia tabuleiros de suspiro para depois das tardes de brincadeiras. 

Sutilmente, sinto também um acorde de patchuli que muito se assemelha ao usado nos recentes La Vie Est Belle e La Nuit Trésor, ambos da casa Lancôme. Talvez por isso e pela pegada gourmand, tenho lido algumas pessoas relatando semelhanças, que na minha pele se restringem ao uso da nota em questão. Até essa etapa e pelas seis horas que se seguem, a projeção é intensa.

Ao final da evolução, quase sete horas após borrifá-lo, sinto que o merengue fica mais suave e assume o posto de nota dominante a baunilha, aqui adocicada e aconchegante. A projeção cai para mediana e caminha lentamente para ficar mais rente à pele ao longo de mais três horas de evolução.

Com uma proposta gustativa e invernal, Angel Eau Sucrée se distancia um pouco dos acordes comumente utilizados na linha estelar. Isso ratifica o que eu disse em resenhas anteriores sobre a casa Thierry Mugler ter o poder de dar personalidade própria à flankers de grandes sucessos.


Os amantes de Angel querem usar sua estrela brilhante em todas as ocasiões, mas nem mesmo a versão Eau de Toilette (resenha aqui) é das mais indicadas para dias muito quentes. Pensando nisso, a casa lançou uma sequência de flankers de seus maiores sucessos em versões de EDT leves, quase colônias. A que resenharei a seguir será a versão Aqua Chic de 2013.

Seu frasco segue o padrão estelar do tradicional, entretanto a parte inferior vem em tons prateados, que dão um charmoso diferencial e passam um pouco da ideia "fresh" da fragrância contida nele.

Ao borrifá-lo na pele sinto logo uma miscelânea de todas as notas listadas em sua pirâmide olfativa, o que torna a fragrância linear e até mesmo simplória, mas nem por isso menos atrativa. 

Maçã verde aqui é bem realista, trazendo todo aquele frescor de quando descascada e se mistura muito bem a uma levemente adocicada flor de framboesa e um limpo e quase adstringente patchuli. Bem sutil, trazendo algum peso a essa mistura verde/fresca, um acorde de baunilha é a única remota lembrança da fragrância-mãe que sinto por aqui. Até o final da evolução, nenhuma mudança radical é notada e as notas seguem praticamente inalteradas.

Sua projeção é mediana nas três primeiras horas e mais rente à pele pelas quatro horas seguintes. Considero um desempenho bom para um perfume tão leve e fresco.

Amantes mais afoitos do EDP podem considerar que temos aqui uma perda de identidade na linha, mas creio que mesmo se distanciando do tradicional, Angel Aqua Chic é uma ótima alternativa no leque de estrelas Mugler para os dias mais quentes de verão, principalmente aqui no Brasil.  

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