quarta-feira, 22 de julho de 2015

Especial Thierry Mugler - Resenha: A*Men


Após trazer o icônico Angel para sacudir o mundo perfumístico, era hora de inovar também no mercado masculino. A casa Thierry Mugler então fez, ao meu ver, uma jogada de mestre juntando notas tipicamente encontradas em perfumes femininos, inclusive em sua própria estrela, e lançando sob um rótulo masculino. Temos aí A*men!

Lançado em 1996, é uma releitura do Angel EDP feminino com adição de notas um pouco mais picantes e frescas para trazer equilíbrio e um ar mais reconhecível dentre fragrâncias rotuladas como masculinas.

Seu frasco é de vidro com uma capa de borracha cobrindo boa parte dele, visível fica apenas uma estrela por onde podemos acompanhar o líquido. Seu borrifador é pouco eficiente, necessitando de cortes na borracha que cobre a região para melhor aproveitamento. Com o passar do tempo também foram criados frascos com capas em outros materiais, como o metal.


Ao borrifá-lo na pele, sinto logo uma intensa mistura de lavanda, coentro e hortelã formando um acorde verde e refrescante ao mesmo tempo. Juntamente, o patchuli dá as caras daquela típica forma "suja" que marca a linha, mas aqui ele está integrado com as outras notas, sem gritar por atenção como na versão feminina.

Essa abertura engana bastante e pode parecer com ela que se trata de um perfume bobo e banal. Mas como nada na casa Mugler é bobo e muito menos banal, após trinta minutos ele mostra a que veio.

Quando as notas iniciais somem, entram em cena leite, mel e caramelo, além das listadas como notas de fundo café e baunilha, formando um acorde que só posso definir como cafeteria. É um café com leite cremoso com aquele toque caramelado que sentimos assim que pisamos em uma. Delicioso!

O patchuli está ali trazendo sua assinatura angelical típica, mas tão diluído em meio as demais notas que nem se destaca demais. Esse coração dura por longas doze horas, fazendo-me deliciar.

Na última fase da evolução resta basicamente o persistente patchuli e um doce atalcado amadeirado (benjoim?? cedro??) que não consigo decifrar bem, mas é muito aconchegante. Esse fundo dura ainda por mais três horas até a despedida final.

Surpreendentemente, em minha pele ele não tem uma projeção monstruosa como vejo relatos por aí, é algo como uma nuvem de perfume ao meu redor, sem invadir o ambiente. Essa característica, juntamente com um patchuli menos presente e destaque maior para notas mais gourmand, o deixa bem mais agradável que Angel.

A*men poderia ser facilmente um perfume feminino ou unissex, mas sendo rotulado como masculino serve para provar que a perfumaria pode sim inovar e lançar notas e estilos tipicamente femininos também para homens e que os homens podem usar perfumes com as notas que quiserem sem pensar muito em rótulos.



4 comentários:

  1. Completamente alucinante. Adorei a resenha...
    Ao meu ver, ele é tentador, provocante até rs..acho que o toque de hortelã poderia se prolongar, mas essa "falta" não o torna menos atraente...enfim!

    Parabéns!!

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  2. Parabéns pelo blog...
    Você poderia fala dos perfumes da Casa Gaultier, pelo que vi você é um amante de perfumes gourmand, florais, frutais que são bem sensuais...
    Visto já as resenhas da Casas Mugler, Cacharel e Aquolina...

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    Respostas
    1. Olá,
      Obrigado pela visita e pela mensagem!
      Infelizmente ainda não me apaixonei pelos perfumes da casa Gaultier, então ainda não possuo em minha coleção. Entretanto, no futuro verei se posso trazer algum convidado que resenhe perfumes da marca.
      Volte sempre!

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